Aqui no Giordano, valorizamos tudo o que é genuíno e típico dessa bela festa: culinária, música, dança, literatura folclórica, em suma, os conhecimentos populares têm espaço garantido entre os alunos de todos os níveis, que fazem estudos orientados sobre o tema escolhido a cada ano.
Este ano o tema é ” Mestras da Cultura Popular Brasileira”
Nossa Arraiá será muito animado, com muitas danças e brincadeiras, além das barracas com comidinhas deliciosas.
*A entrada é gratuita para os alunos (as), para pessoas acima de 65 anos e crianças até 6 anos.
*Os ingressos podem ser adquiridos no dia da festa, no Colégio, pelo valor de R$15,00.
*Este ano temos uma parceria com o estacionamento do Shopping Raposo durante o período da nossa Festa Junina. O valor será R$12,00, apresentando o voucher que será entregue pelo Giordano.
*Importante – Para o veículo que possui tag (Sem Parar, Veloe, ConectCar e Taggy) não será possível conceder o desconto devido à cobrança automática, então é necessário retirar o ticket na entrada do estacionamento.
Atividades são totalmente gratuitas e ocorrerão de forma on-line; inscrições são exclusivamente voltadas para pessoas que se identificam com o gênero feminino, cis ou trans
Estão abertas inscrições para o curso Meninas Programadoras, do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação (ICMC), e para o Projeto Astrominas, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), ambos da USP. As iniciativas visam a ampliar o conhecimento em diversas áreas das ciências naturais, matemática e tecnologia. Para se inscrever, é necessário ter acesso à internet e se identificar com o gênero feminino, cis ou trans.
As inscrições para o curso de programação estão abertas até 10 de junho pelo Sistema Apolo da USP. Já a edição 2023 do Projeto Astrominas recebe inscrições até 18 de junho, neste formulário.
Meninas Programadoras
Em sua 20ª turma, o curso Meninas Programadoras: Introdução à Programação para alunas do Ensino Médio ou Concluintes foi criado pela professora Maria da Graça Campos Pimentel, do ICMC, que ministra as aulas e oferece suporte às participantes, juntamente com uma equipe de bolsistas, tutores e tutoras voluntárias. Segundo a professora, mais de 600 alunas do Brasil e do exterior já concluíram o curso.
Uma delas é a Hana Sousa, que começará a estudar no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, em setembro. Ela participou da terceira turma do curso, no final de 2021, quando estava concluindo o ensino médio: “Depois do curso, eu passei um ano aplicando para universidades nos Estados Unidos, até que o resultado saiu em dezembro do ano passado”.
Hana revela que sempre foi muito estudiosa e que, durante o ensino médio, passou muito tempo envolvida com a área de química, que é sua matéria preferida, mas também se interessava por tecnologia. “Daí, participei do curso Meninas Programadoras e gostei bastante de aprender um pouco mais sobre programação. Tanto que cogito fazer Ciências da Computação e Química quando for para os Estados Unidos, em vez de Engenharia Química, que era o plano inicial”, conta a estudante amazonense.
No tempo livre que lhe resta até começar a estudar no MIT, em setembro, Hana está aproveitando para cursar o segundo módulo do curso Meninas Programadoras e, assim, prosseguir com os aprendizados na área de tecnologia.
Hana Sousa é aluna do Meninas Programadoras 2 – Foto: reprodução / Linkedin
Voltado para quem já concluiu ou está cursando o ensino médio e se identifica com o gênero feminino ou não binário, o curso Meninas Programadoras acontece aos sábados, das 14 às 17 horas. As aulas começam em 24 de junho e devem terminar em 22 de julho. A cada semana, as estudantes receberão uma lista de exercícios de programação, que são resolvidos com apoio on-line da equipe de voluntárias do curso. Todas que participarem de, pelo menos, 75% das atividades propostas receberão um certificado de conclusão da USP.
Na hora de se inscrever no Sistema Apolo da USP, é muito importante preencher o e-mail corretamente, pois é pelo contato cadastrado que as inscritas receberão informações sobre como enviar a documentação para concluir a inscrição, sobre o resultado da seleção e como acompanhar as aulas. O curso acontece por meio do Google Classroom e do Google Meet, e emprega plataformas específicas de programação.
Com inscrições abertas até o dia 18 de junho, o projeto Astrominas é um programa interdisciplinar e gratuito que tem o objetivo de desconstruir a ideia de que as ciências exatas não são para meninas. O projeto foi idealizado por mulheres cientistas do IAG. O Astrominas 2022 quebrou o recorde de procura, contando com mais de 16 mil inscrições. Para a edição 2023, o projeto deve abrir cerca de 600 vagas.
As atividades são realizadas virtualmente por astrominas de todo o Brasil, e podem ser feitas de forma assíncrona (no horário que a participante tiver disponível). Neste ano, as atividades serão oferecidas entre 15 de julho e 4 de agosto.
“O Astrominas tem a missão de ir muito além do que apresentar as grandes áreas das Ciências Exatas e da Terra para que meninas eventualmente optem por uma dessas carreiras científicas”, conta a coordenadora do projeto, Elysandra Cypriano, que é docente do Departamento de Astronomia do IAG. “Nossa preocupação é com todas as meninas, independente de suas escolhas profissionais no futuro. Conhecer a ciência, o método científico e o impacto de nossas ações no nosso planeta é importante para o exercício da cidadania”, diz.
As participantes são acompanhadas durante essa jornada por “fadas madrinhas”, que são jovens cientistas voluntárias que atuam como mentoras. “Ao longo de todo o processo as meninas criam um vínculo afetivo com suas fadas madrinhas e muitas vezes continuamos em contato após o nosso grande evento”, explica a professora Elysandra. “É a coisa mais linda poder acompanhar suas trajetórias.”
Elysandra Cypriano, coordenadora do curso – Foto: USP Imagens
São requisitos para a inscrição: a identificação com o gênero feminino (cis ou trans); ter entre 14 e 17 anos completos até 30/06 e estar regularmente matriculada em uma escola de educação básica. As vagas são distribuídas por sorteio.
Onde está aquele copinho de plástico que você usou para beber água no ano passado? E o papel da bala que chupou há cinco anos? Pesquisas recentes têm destacado a necessidade de entender melhor os efeitos dos fragmentos desses recipientes sintéticos nos animais e ecossistemas de água doce. Embora a mortalidade observada nos testes tenha sido baixa, a exposição no longo prazo pode ter efeitos prejudiciais na saúde dos organismos – e quanto menores os fragmentos, maior o potencial de danos. Os efeitos cumulativos podem ser preocupantes até para os humanos, mas como não há legislação a respeito, também não existe ainda um monitoramento das possíveis consequências.
São considerados microplásticos as unidades com menos de cinco milímetros de diâmetro. Essas partículas são encontradas desde as profundezas do oceano até em lagos e rios. Cada tipo de plástico possui uma composição específica que pode causar danos diferentes no organismo. Pesquisas recentemente publicadas pelo Laboratório de Limnologia do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências (IB) da USP trazem diferentes abordagens no trabalho com estes fragmentos.
Para saber mais, clique no link dos stories ou acesse ciencia.usp.br
Texto: Ivan Conterno Imagem: Cecília Bastos/USP Imagens
Em 2017, o El Niño provocou chuvas torrenciais no Peru que levaram a inundações e deslizamentos de terra, afetando milhares de pessoas
A última vez que o El Niño se formou foi em 2016 — e seus efeitos foram sentidos em todo o mundo.
Esse fenômeno climático contribuiu para o aumento recorde das temperaturas globais, a perda de florestas tropicais, o branqueamento de corais, a geração de incêndios florestais e o degelo polar.
Agora os cientistas acreditam que o fenômeno vai acontecer novamente — e alertam sobre a possibilidade de um El Niño forte se formar nos próximos meses. Além disso, está ocorrendo um aquecimento “acentuado e inesperado” dos oceanos — e, combinados, esses eventos poderiam levar as temperaturas globais a níveis recordes entre 2023 e 2024.
Mas o que sabemos sobre esse fenômeno e por que é preocupante?
Eventos extremos
O El Niño é um fenômeno climático natural — não causado pela atividade humana — do qual há referências desde, pelo menos, o final do século 19.
“El Niño é basicamente uma mudança na força e direção dos ventos alísios que sopram do leste para o oeste no Oceano Pacífico, o que faz com que a água quente encontrada na parte ocidental do Oceano Pacífico se mova para a região central e oriental do Pacífico”, explica Ángel Adames Corraliza, professor de ciências atmosféricas da Universidade de Wisconsin, nos EUA, à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC.
Mas não se trata de uma mudança inofensiva.
O especialista afirma que o movimento dessas águas quentes provoca um aumento significativo das temperaturas oceânicas na área central e a leste do Pacífico .
“As altas temperaturas oceânicas são mais propícias a fortes chuvas e inundações. E isso tem consequências para o ciclo hidrológico na costa oeste da América do Sul, especialmente no Peru e no Equador. Há inclusive efeitos diretos na circulação atmosférica que provocam mudanças nas condições climáticas e no clima em geral tanto na América do Norte quanto na América do Sul e também em outras partes do mundo”, diz ele.
Adames afirma que isso gera preocupação, principalmente porque um El Niño forte — como o que está sendo previsto para este ano — costuma estar associado a eventos meteorológicos extremos.
“Estamos falando da possibilidade de vermos eventos climáticos extremos que não tendem a acontecer normalmente, porque o El Niño basicamente altera o clima. Então vemos coisas que não são habituais em diferentes regiões. Isso é motivo de preocupação”, observa.
Esse fenômeno climático faz com que, por exemplo, em regiões que costumam ser particularmente chuvosas, como o norte da Austrália, ocorram secas e incêndios; enquanto em lugares como a costa oeste da América do Sul, cujo clima é seco e conhecido por seus desertos, ocorram fortes chuvas.
“O primeiro impacto que se vê é o aquecimento da costa do Peru. Neste ano, se o recorde não foi batido, está prestes a ser. Está extremamente quente e temos visto chuvas com uma intensidade e força que não se vê normalmente, exceto quando você tem essas temperaturas muito altas, causando inundações, deslizamentos de terra, mortes e perdas de recursos materiais terríveis”, diz Adames.
Ele explica que o desenvolvimento do El Niño, especialmente se as temperaturas oceânicas continuarem a subir, costuma levar a uma temporada de furacões mais ativa no Pacífico oriental e central.
“Durante os anos de El Niño, há um risco maior de furacões para a costa oeste do México e para o Havaí. Frequentemente vemos furacões ou tufões que atravessam o oceano, e ocorrem furacões mais intensos na região mais ao sul do Oceano Pacífico ocidental. Em contrapartida, a atividade de furacões no Oceano Atlântico diminui”, diz ele.
Adames afirma que, embora ainda seja algo em estudo, há indícios de que o El Niño tende a provocar secas no Caribe durante o verão no hemisfério norte, afetando lugares como Cuba, República Dominicana e Porto Rico.
Às vezes, essa seca pode se estender até a América Central -— do Panamá a Honduras, em particular —, além de causar ondas de calor na região amazônica.
“Em geral, os impactos tendem a ser mais de calor e seca para a América Latina, mas os maiores efeitos tendem a ocorrer na encosta ocidental dos Andes e nas montanhas que predominam na América Latina. Então, estamos falando de Lima e de todas as grandes cidades daquela região costeira no lado do Pacífico da América do Sul que tendem a sofrer grandes impactos em termos de chuvas e calor”, aponta Adames.
Reforço do aquecimento global
Embora o El Niño tenha uma origem natural não relacionada ao aquecimento global causado pelas atividades humanas, ele pode contribuir para o aumento das temperaturas no planeta.
Este fenômeno climático é caracterizado por uma liberação de calor do Oceano Pacífico para a atmosfera, por meio da qual é distribuído.
“Os anos em que ocorre El Niño tendem a ser mais quentes do que o normal, então, se tivermos um El Niño possivelmente recorde neste ano, ou seja, extremamente forte, estamos falando de um aquecimento significativo da atmosfera que vai se somar ao aquecimento global causado pelo ser humano”, adverte Adames.
“A segunda metade deste ano — e mais provavelmente o ano que vem — será um período extremamente quente, com muitas ondas de calor, porque estamos falando de um aquecimento do El Nino, além do aquecimento causado pelo ser humano. Portanto, é possível que 2024 ou o fim de este ano seja um dos mais quentes que já vivemos desde que se tem registro”, acrescenta.
O Serviço Meteorológico dos Estados Unidos (NWS, na sigla em inglês) emitiu um alerta para El Niño, porque há indícios de que é provável que se desenvolva nos próximos meses.
De acordo com o NWS, há 62% de chance de que esse fenômeno se desenvolva entre maio e julho deste ano. Eles também estimaram em 40% a probabilidade de que seja um El Niño “forte”.
Ángel Adames afirma que abril é um momento muito difícil de antecipar o aparecimento deste fenômeno, mas destacou que há vários sinais que sugerem que ele vai acontecer.
Em primeiro lugar, ele aponta para as altas temperaturas registradas ao longo da costa do Peru.
Ele explica que há uma série de boias colocadas na região equatorial do Pacífico para medir a temperatura não só na superfície, mas também nas profundezas do oceano, e neste momento todas indicam um aquecimento que estaria sendo registrado desde a costa do Peru até quase chegar à costa de Nova Guiné.
“Então estamos falando de um aquecimento maior”, observa.
Um segundo indicador seria uma mudança ocorrida há algumas semanas na direção dos ventos alísios para oeste.
“Normalmente, quando os ventos mudam de direção, isso acelera o deslocamento de águas quentes em direção à região leste do Pacífico, e isso é uma indicação muito forte de que o El Niño está se desenvolvendo”, destaca.
O último indicador são os modelos de previsão do clima.
“Neste momento, a grande maioria deles está indicando que estamos caminhando para um El Niño forte”, acrescenta.
Pela primeira vez, Brasil celebra Dia dos Povos Indígenas, atualizando nomenclatura dos anos 1940. Para escritor Daniel Munduruku, “índio é palavra vazia; indígena é palavra cheia de significado”.
O Brasil dedica o 19 de abril aos povos originários desde os anos 1940 — a data foi criada por decreto em 1943. Mas se antes era Dia do Índio, a partir deste ano o nome foi atualizado para Dia dos Povos Indígenas.
O projeto de alteração na nomenclatura oficial da data havia sido apresentado em 2019 pela então deputada federal Joenia Wapichana, hoje presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) — antes chamada de Fundação Nacional do Índio.
Depois de aprovado no Senado, acabou vetado integralmente pelo então presidente Jair Bolsonaro. Em sessão conjunta no Congresso Nacional, os parlamentares derrubaram o veto presidencial e a lei finalmente entrou em vigor.
Tanto estudiosos do assunto como representantes de povos originários consideram a mudança positiva, pois o termo “índio” historicamente acabou assumindo um papel pejorativo. “A palavra ‘índio’ acabou perpassando a história e foi colocada na escola como uma data a ser comemorada com um viés ideológico, como que para convencer as pessoas que não existiam mais os tais ‘índios’, que estavam extintos ou próximos da extinção. Era uma política de Estado e nas escolas se passava a figura do índio como alguém ligado ao passado ancestral do Brasil”, comenta o escritor e ativista Daniel Munduruku.
“O correto é sempre chamar o indígena pelo nome. Eu sou Munduruku, mas sou indígena de origem. Índio é uma palavra vazia de significado, indígena é uma palavra cheia de significado. Índio não significa nada, indígena significa originário”, acrescenta ele.
História
A data foi instituída na América Latina porque entre 14 e 24 de abril de 1940 ocorreu no México o Congresso Indigenista Interamericano. Os representantes de povos indígenas inicialmente decidiram boicotar o evento, temendo ficarem sem participação ativa. No dia 19, contudo, compareceram e passaram a integrar as discussões.
“Ali começaram os esforços para a celebrar a cultura e a história dos povos indígenas”, afirma o pedagogo Alberto Terena, ex-coordenador da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
Participaram do congresso 55 delegações oficiais. O representante brasileiro foi o médico, antropólogo e etnólogo Edgar Roquette-Pinto (1884-1954) — ele não era indígena, mas estudava povos originários na região amazônica. O evento mexicano acabou definindo medidas em defesa de indígenas e o estabelecimento do “Dia do Aborígene Americano em 19 de abril”. O Brasil foi um dos países que não aderiram inicialmente às deliberações do congresso — e a data acabaria criada por aqui apenas três mais tarde.
Outro fruto importante do evento foi a criação do Instituto Indigenista Interamericano, uma entidade que depois se tornaria órgão ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA).
“O indigenismo [desde então] vem contribuindo muito para o fortalecimento do direito e da cultura indígena, mas muitas vezes cai no contraditório, porque falar ‘índio’ é falar apenas uma categoria, e hoje somos mais de 300 povos no Brasil, mais de 200 línguas diferentes. E com diversas culturas”, diz Terena.
De acordo com o último censo, de 2010, o Brasil tem 897 mil indígenas, de 305 etnias.
“Os colonizadores colocaram o nome de ‘índio’ nessas populações e virou uma alcunha, um apelido para todas as pessoas que pertenciam a povos de origem”, diz Munduruku. “Não se falava em diversidade, mas sim em uma unidade. E essa palavra unificada todas essas culturas, na figura do ‘índio’, desse ‘índio’ genérico.”
No Brasil, o termo “índio” para designar os povos originários começou a ser questionado a partir dos anos 1970, com o surgimento de forma mais sistemática de um ativismo indígena. Para o historiador André Figueiredo Rodrigues, professor na Universidade Estadual Paulista (Unesp), o principal ponto é que a denominação, embora “usada até hoje”, causa “uma impressão errada dos povos originários, como se uma única palavra designasse um único povo, com uma só cultura e até com o mesmo tipo físico”.
“O nome ‘índio esconde centenas de nações independentes, que falavam ou ainda falam línguas diferentes, muitas delas não-intercomunicantes entre si”, ressalta ele, lembrando que estimativas demográficas indicam que quando os portugueses chegaram ao Brasil, em 1500, havia pelo menos 3 milhões de nativos, distribuídos entre mais de 1 mil etnias distintas — de acordo com o último censo, de 2010, hoje são 897 mil indígenas, de 305 etnias.
O professor Rodrigues enfatiza que o termo “indígena”, por significar “originário” ou “uma pessoa que é nativa de um local específico”, define com “mais exatidão os povos que habitam o nosso país desde antes da chegada do europeu em terras americanas”. “O termo ‘índio’, hoje, evidencia uma carga de preconceito e discriminação”, afirma.
Aquilo que os une
Embora o termo “povos indígenas” pareça ser o mais consagrado hoje em dia, ainda é possível dar um passo além. “‘‘Indígena’ tem sido usado há bastante tempo, mas considera-se mais correto dizer povos originários devido ao fato de que formam no seu conjunto a origem deste país continental”, salienta o escritor e ambientalista Kaká Werá.
Werá ressalta que dentro da diversidade de todos os povos originários, é possível determinar elementos em comum que formam, segundo ele, “uma base de princípios e visão de mundo”. “Destaco três princípios: a Terra é viva e somos filhos da Terra; a nossa ancestralidade inclui o reconhecimento de que as comunidades dos animais, das plantas e dos minerais também fazem parte de nossa matriz de origem; e cuidar da natureza é cuidar do futuro”, explica ele.
Um objeto atingiu a Lua no fim de fevereiro e, felizmente, o astrônomo Daichi Fuji conseguiu registrar o evento de sua própria casa em Hiratsuka, no Japão, usando apenas um equipamento de observação do nosso satélite natural. Ele divulgou as imagens em uma publicação no Twitter, que mostram uma breve emissão luminosa causada pelo impacto.
“Consegui capturar o maior flash de impacto lunar em meu histórico de observação!”, escreveu ele, no tuíte. Segundo ele, as imagens foram capturadas durante a noite de 23 de fevereiro e trazem um grande flash, que seguiu brilhante por mais de um segundo. “Como a Lua não tem atmosfera, meteoros e bolas de fogo não podem ser vistos, e no momento em que uma cratera é formada, ela brilha”, acrescentou.
Confira:
Em sua publicação, o astrônomo se referiu aos efeitos de meteoros, que são objetos que, quando atravessam a atmosfera da Terra ou de outro planeta, são aquecidos devido à fricção com o ar e deixam para trás um belo rastro brilhante. Já as “bolas de fogo” são corpos que ficam tão brilhantes quanto Vênus, o segundo objeto mais brilhante do céu noturno.
Com observações de acompanhamento, os astrônomos podem descobrir o tamanho da cratera formada pelo impacto registrado por Fuji. Com estes dados, é possível determinar o tamanho e velocidade do objeto que colidiu com a Lua, o que contribuirá também para a caracterização das rochas que atingem constantemente nosso satélite natural.
Vale lembrar ainda que a Lua é constantemente atingida por rochas espaciais que povoam o espaço próximo da Terra e que também se chocam com a atmosfera terrestre frequentemente.Um estudo publicado em 2020 estimou que aproximadamente 17.600 objetos com massa de pelo menos 50 gramas atingem nosso planeta a cada ano.
A maioria dos meteoros que atravessa a atmosfera da Terra se queima ou explode, e acabam passando despercebidos. Como a Lua não tem atmosfera, os meteoros se deslocam rapidamente por lá e causam fortes impactos. As colisões são geralmente causadas por objetos pequenos, mas, ocasionalmente, aqueles de maiores dimensões podem atingir nosso satélite natural.
Quarta edição do Ciência Por Elas terá reserva de vagas para pretas e pardas e as inscrições já estão abertas
Uma pesquisa apresentada em dezembro pelo British Council em parceria com a Unesco mostrou que a América Latina conquistou a paridade de gênero na ciência, com as mulheres representando 46% do total de pesquisadores da região. Porém, elas ainda enfrentam desigualdades no acesso a essa carreira, principalmente considerando os estudos em Stem (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharias e Matemática).
Para despertar o interesse de meninas pela carreira científica e assim alcançar um maior número de pesquisadoras no futuro, o Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto da USP, em parceria com o Laboratório de Tratamento Avançado de Água e Efluentes (Oxlab) da Unicamp e o Centro de Terapia Celular da USP, promove, entre os dias 23 e 28 de janeiro, a quarta edição do Ciência Por Elas.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas até o dia 16 de janeiro neste link por pais ou responsáveis. O evento é exclusivamente presencial e voltado a meninas que estejam cursando do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. Haverá reserva de 50% das vagas para pretas e pardas. Elas vão participar de atividades teóricas e práticas com pesquisadoras de instituições como USP, Unicamp e Fiocruz, mostrando os trabalhos desenvolvidos em diversas áreas do conhecimento. A programação completa está disponível aqui. Não é obrigatório participar de todas as atividades e haverá envio de certificado de participação.
A organização do evento também conta com o grupo de divulgação científica Ilha do Conhecimento e o Laboratório de Controle do Metabolismo da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP. O apoio é da Associação de Cultura Brasil Estados Unidos.
Ciência feminina e preta
Segundo especialistas, uma presença maior de mulheres em carreiras científicas é fundamental não apenas para a busca de soluções inclusivas e sustentáveis para os problemas modernos, mas principalmente porque 75% dos empregos do futuro exigirão competências em Stem, tecnologia e inovação. Porém, há pouco incentivo para o interesse nessas áreas durante a infância para as meninas, como constatou uma das criadoras do Ciência Por Elas, a pesquisadora do Oxlab Taís Suelen Viana.
“Criei o Ciência Por Elas no início do mestrado na USP, em 2018, quando comecei a me questionar por que eu nunca havia pensado, quando criança, em ser cientista. A resposta era muito óbvia: eu nunca havia sido incentivada ou me sentia representada na ciência. A ciência sempre foi masculina e branca, mas eu quero mudar isso. Através do Ciência Por Elas quero inspirar e incentivar meninas a serem cientistas e mostrar que, além de feminina, a ciência também pode ser preta. Sou uma mulher preta e cientista, e tenho certeza que ainda verei muitas mulheres se interessando pela ciência através do Ciência Por Elas”, afirma ela.
Para as pesquisadoras do Laboratório de Controle do Metabolismo da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP Aline Zanatta Schavinski e Ana Paula de Assis, o evento aproxima o público feminino adolescente dessa temática e também transforma as meninas em multiplicadoras da iniciativa.
“O Ciência Por Elas é uma grande oportunidade para meninas verem mulheres vivendo e falando de ciência. A ciência é sempre retratada como algo distante da sociedade e essas ações trazem um tema tão importante de forma acessível a essas meninas. O fato de as atividades serem ministradas apenas por pesquisadoras mulheres ajuda as meninas a se imaginarem fazendo ciência e ampliando suas possibilidades de futuro”, diz Aline.
“O evento tem como papel fundamental mostrar às meninas que elas podem e devem ocupar o espaço que desejarem. Despertar nelas a curiosidade e o senso crítico é inspiração para que, no futuro, elas possam estimular e servir de exemplo para outras jovens”, afirma Ana Paula.
A estudante do curso de Enfermagem da USP Ribeirão Preto Eduarda Raquel Viana participou da primeira edição e hoje integra a organização do evento. Ela conta que a experiência vivida há quatro anos transformou seu olhar acerca da ciência. “É um projeto acessível, que proporciona experiências significativas aos envolvidos, em especial às meninas. Utiliza mecanismos como a representatividade para discutir papéis de gênero e a importância das mulheres ocuparem todos aqueles espaços que desejarem, inclusive no meio científico.”
Mais informações sobre o evento: iearp@usp.br.
Sobre o Ciência Por Elas
Inspirado no projeto Meninas com Ciência, do Museu Nacional, o Ciência Por Elas é um projeto voltado a alunas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental de escolas públicas e particulares, e tem como objetivo estimular o interesse desse público pelas carreiras científicas. Professoras, pesquisadoras e alunas da universidade apresentam as pesquisas que desenvolvem, realizam atividades práticas para interagir com as meninas e explicam como é a profissão.
A iniciativa é desenvolvida desde 2018 pelo IEA-RP e pelo Centro de Terapia Celular da USP. Em 2023, a organização conta também com as parcerias do Laboratório de Tratamento Avançado de Água e Efluentes (Oxlab) da Unicamp, do Ilha do Conhecimento e do Laboratório de Controle do Metabolismo da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP.
A Mostra Cultural do Colégio Giordano Bruno representa um momento de intensa atividade de criação, de busca e aplicação de conhecimento, tendo como intuito socializar a produção dos alunos do 1º ao 6º ano. É um dos principais meios pelo qual o Colégio apresenta para a comunidade escolar alguns dos diversos projetos realizados pelos alunos ao longo do ano, com a perspectiva de colocar em prática as nossas concepções de ensino representadas, em nossa proposta pedagógica por quatro pilastras:
SUJEITO COMPLEXO: desenvolvendo nos alunos o desejo da busca pelo conhecimento, de maneira lúdica e significativa, incentivando o potencial de cada um, compreendendo esse aluno em sua totalidade;
AUTORIA: valorizando suas descobertas, suas criações, os resultados de sua aprendizagem. Daí a importância desse evento, que possibilita ao aluno apresentar-se como autor;
CONTEMPORANEIDADE: Levando o aluno a relacionar os conhecimentos adquiridos com o mundo atual, refletindo sobre sua ação no meio em que vive e incentivando-o a posicionarse de maneira crítica frente aos desafios, buscando um mundo melhor;
AUTONOMIA: Desenvolvendo no aluno a capacidade de tomar decisões, enfrentar desafios, fazer boas escolhas, enfim, ser um sujeito autônomo.
Assim, buscando valorizar e divulgar o conhecimento, apresentamos nesse livrinho os resumos dos trabalhos que estarão na mostra, bem como os objetivos desenvolvidos.
Esperamos ter feito as melhores escolhas, e que todos possam prestigiar os trabalhos, que foram produzidos com muito empenho, pesquisa, experimentação, reflexão, preparação de falas e busca de melhores estratégias de apresentação.
Há mais de 27 anos o Colégio Giordano Bruno mantém em seu programa pedagógico um projeto de introdução à pesquisa científica que se inicia no 6º Ano do Ensino Fundamental e se estende até o 3° ano do Ensino Médio. Em sua concepção, a investigação, a experimentação e o debate interdisciplinares são estimulados na teoria e prática, despertando o interesse dos alunos (as) pelas ciências e a análise crítica sobre o conhecimento produzido, nos aspectos sociais, subjetivos, econômicos e políticos. No sábado, 22 de outubro, realizamos a XVII Feira de Ciências do GB. A feira contou com mais de 35 projetos, com temas e abordagens muito interessantes. Os trabalhos foram produzidos pelos alunos do 7º ano do Ensino Fundamental II até o 2º ano do Ensino Médio. Todos foram apresentados para os avaliadores externos que ficaram impressionados com o nível das apresentações. No 7º ano, 9º ano, 1ºEM e 2ºEM, alguns projetos foram selecionados para as feiras: MOSTRATEC 2022, MCTA 2022 e MILSET 2023. No 8º ano os projetos selecionados receberam o certificado de Menção Honrosa.
PREMIAÇÕES:
*Efeito de antidepressivos no tratamento quimioterápico de gliomas* (1EM) ✓ Gabriella Martins Nogueira ✓ Giulia Ana Costa e Fonseca ✓ Maria Júlia Percino Albuquerque (MOSTRATEC E MILSET)
*A humanização da psiquiatria no tratamento de esquizofrenia* (1EM) ✓ Amanda Sanchez Gueiros Dias ✓ Miguel Augusto Pereira Francisco ✓ Miguel de Moraes Bueno (MOSTRATEC E MILSET)
*Fast Fashion e a Influência das Redes Sociais nas Relações de Consumo entre Jovens* (2EM) ✓ Ana Clara Martins de Souza Cavalcanti ✓ Luiza Menezes La Farina (MOSTRATEC E MILSET)
*Desigualdade de Gênero no Ambiente Escolar* (2EM) ✓ Isabela de Souza Martins ✓ Sofia Maestro Rosa ✓ Yasmin Hemelrijk da Silva (MCTA)
*Análise da Eficácia da Eichhornia Crassipes para Purificação de Corpos d’Água* (1EM) ✓ Felipe Batista de Oliveira ✓ Sophia Lika Iokoi ✓ Fernanda Maiellaro da Silva Lima (MCTA)
*A Percepção da População em Relação ao Conflito na Ucrânia* (2EM) ✓ Gabriel Augusto da Cruz Dugnani ✓ Gabriel Bertolaci Penna da Costa Pinto ✓ Nara Damaceno Reis (MCTA)
*Romantização da Sexualização da Mulher no Esporte: Continuação* (2EM) ✓ Luan Freire dos Reis ✓ Rosa Mansor Vichi ✓ Yasmin da Silva Lisboa (MCTA)
*Fontes de Energia Renováveis* (9EF) ✓ Alice Cabral Kaetsu ✓ Clarice Handa Poleto Pires ✓ Isabela Bertolaci Penna da Costa Pinto (MCTA)
*O que é Vício – neurológica e comportamental* (9EF) ✓ Gabriela Pereira de Castro Casa Nova Taranto Rei ✓ Maria Luiza Ribeiro Figueiredo (MOSTRATEC)
*Psicopata – mídia e realidade* (9EF) ✓ Bebel Buono Paes ✓ Diego Thomazinho de Siqueira ✓ Marina Sampaio Ferreira de Oliveira (MOSTRATEC)
*Depressão Pós Parto* (9EF) ✓ Ana Cecília Ribeiro Garcia Eira ✓ Marina Tenório Jacob dos Santos ✓ Manuela Cristina Albolea (MENÇÃO HONROSA)
*Transtornos Alimentares e suas Relações Sociais* (8EF) ✓ Helena Araújo Massler_ ✓ Maria Eduarda Souza Gama ✓ Clara Palharini de Moraes (MENÇÃO HONROSA)
*Os Adolescentes no Mundo da Literatura* (8EF) ✓ Manuela Lopes Morinigo ✓ Larissa Lopes Yamamoto ✓ Giorgia Breches de Oliveira (MENÇÃO HONROSA)
*Educação Sexual para Crianças* (8EF) ✓ Lia Canto Arantes ✓ Raíssa Arruda Casale_ ✓ Pietro Guimarães Tessarioli ✓ Ana Carolina Doroani de Lucca (MENÇÃO HONROSA)
*Depressão: O Mal do Século* (7EF) ✓ Laura Smania Alves ✓ Max Godoy ✓ Sofia Gomes Rosa ✓ Wendy Scholz Lopes Borrego (MILSET)
*Como Ditadores Ascendem ao Poder* (7EF) ✓ Francisco Freitas Pinto ✓ Gabriel Reis Paulinetti_ ✓ Gabriel Quartarolo Meira ✓ Rafael Britto da Silva Benites (MILSET)
*A Relevância da Moda para a Sociedade* (7EF) ✓ Pedro Cauã Santos Costa ✓ Luísa Medeiros Costa (MENÇÃO HONROSA)
Foi o nosso primeiro grande evento presencial após dois anos e meio de pandemia. Um dia muito especial que ficará marcado na história do GB.
Ficamos muito felizes e honrados com a participação de toda a comunidade do GB, que vieram prestigiar NOSSOS ALUNOS E JOVENS CIENTISTAS!
Parabéns para todos os alunos(as) e a toda equipe do GB!